O maior problema do homem é ele mesmo, e de vez em quando essa situação se inverte...
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sábado, 30 de outubro de 2010
Blog do David: Amante!
O jogo bruto
Não sei se por ingenuidade ou imaturidade não me acostumei com jogo bruto. Para mim, jogo bruto é a constatação de que fui lançado na arena da maldade sistêmica, onde noto a hierarquização de interesses. Não sonho em deixar que neste jogo bruto alguém soque o meu pescoço com bota com sola de aço. Ando fatigado, sei que raposas, hienas e abutres andam doidos para abocanhar os incautos derrotados pelos grandes gladiadores.
Refiro-me aos interesses políticos. São muitos os que enxergam os mortais como massa que reboca as paredes onde abrigam sonhos onipotentes. Não aguento mais ouvir promessa de campanha eleitoral. Não suporto picuinhas ditas e repetidas para encobrir projetos pessoais. Não vejo verdade no jogo bruto da política e isso me desalenta a alma.
Mas o desalento não fica só com os políticos. Sou cria do mundo religioso. E estou des-iludido com lógicas infantis. Brechas separam discurso e prática e isso é muito ruim. Por enquanto a minha des-ilusão tem me feito bem - porque me faz cair na real - mas tenho medo de que ela descambe para o cinismo.
Por algum motivo, não tolero que pessoas sejam mobilizadas a partir de paranóias. Vejo alguns religiosos descrevendo um cenário de horror enquanto procuram fazer dos homossexuais os vilões do futuro. Os homossexuais se tornaram os inimigos que devem ser abatidos. Tais religiosos não só confundem promiscuidade com relações homo-afetivas, como fazem de vidas humanas o belo motivo para alavancar projetos. Eles cavam trincheiras e demonizam pessoas reais, com dramas reais, só para fazer valer seus discursos.
Enquanto isso, vejo inquidades vergonhosas nos bastidores do mundo religioso. Mas como algumas não resvalam na sexualidade, permanecem escondidinhas, intocadas. Não suporto testemunhar que Jesus de Nazaré é usado para promover empavonados, narcisistas, caça-hereges, ditadorzinhos de meia-taça, pseudo-teólogos, bispos sem báculo e os autopromovidos apóstolos.
Não sou santo e nem poso de palmatória do mundo. De tanto errar, de tanto cegar os olhos para as minhas próprias conveniências dogmáticas e de tanto falar obviedades eu também acabei entorpecido por emocionalismos religiosos. Eu também fiz parte de rinhas políticas. Eu reproduzi uma piedade melosa. Entre pecadores, sempre fui o principal.
Contudo, guardo esperança. Talvez eu melhore. Vou procurar o convívio de gente despretensiosa, que ama poesia, que ouve sabiás e bem-te-vis, que gosta de silêncio, que não vê diabo em cada esquina e que não vive a praticar alpinismo social em nome da democracia ou do sagrado.
Por enquanto, estou de ressaca existencial, meio arredio. Preciso de um tempo...
Soli Deo Gloria
28-10-10
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Blog do David: Amor versus Liberdade!
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Me perdoa por sorrir...
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
A Igrejinha
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Jovem morre de tanto beber vodca em festa de aniversário no RS
De acordo com a polícia, Tiago Martins das Silva entrou em coma alcoólico ainda na festa e depois de desmaiar no banheiro, foi deixado desacordado no sofá, onde ficou sentado até ser colocado em um táxi que o levou para casa.
De casa, ele foi encaminhado ao posto de saúde da Vila Bom Jesus, onde foi constatada sua morte. A Polícia Civil local está investigando o caso..."
Igrejas enfermas, pastores doentes.
Em certa igreja, onde um amigo meu pastoreava, ele solicitou a revisão do seu sustento junto aos presbíteros. A resposta dada foi: em qualquer empresa, quando o funcionário não dá resultados, é demitido…, e a reunião de seu conselho foi todo neste clima difícil.
Em uma outra igreja, a pressão da liderança sobre o pastor foi tanta que sua esposa praticamente surtou. Um presbítero perguntou ao pastor a razão de ela faltar aos trabalhos da igreja, e logo emendou: se vira, afinal, ela é esposa de pastor!
Mas será que nós, pastores, também não estamos enfermos?
Como estamos em nossas reuniões administrativas denominacionais? O que nos motiva a ir a tais reuniões? Os assuntos tratados são realmente relevantes à vida das igrejas locais? Como está nossa relação com o poder? Já vi certas movimentações de bastidores que me enojaram, pois era de se esperar isto no mundo (termo em desuso), mas não no meio de pessoas que proclamam a Palavra domingo após domingo.
Tratamos de punir aqueles que não apresentam relatório estatístico satisfatório, mas não nos importamos com o pecado da cobiça, da ganância e da vida sem ética de muitos colegas, que, para subir ao topo, passam por cima de outros. Nos exames de candidatos ao ministério, perguntamos se a pessoa conhece a constituição, os cinco pontos do calvinismo, se crê na predestinação, se conhece nuances teológicas, mas nem sempre nos importamos em saber se tal candidato tem um relacionamento saudável com Deus, com sua família, com sua igreja e consigo mesmo. No desfile de pavões que se tornaram muitas destas reuniões, discorre-se bastante sobre minúcias da teologia, mas não há palavra sobre a fonte da teologia, que, a rigor, é Deus, mas que tem se deslocado para simplesmente assunto da teologia, uma vez que as teologias ensinadas hoje em dia estão se tornando cada vez mais humanistas. Não há uma preocupação com a vida dos pastores e líderes que sofrem por nem sempre poderem expor seus corações sem medo de zombaria. Enfim, tristemente, nos tornamos autômatos em uma linha de produção empresarial.
Eugene Peterson, em Um pastor segundo o coração de Deus, diz que os pastores pecam, pois fogem de sua vocação primordial. Esquecem-se que são chamados para andarem junto ao povo, e, em vez disso, se tornam gerentes nesta estrutura empresarial em que nos tornamos. Somos mais pessoa jurídica do que Corpo vivo de Cristo.
Os pastores estamos enfermos. A igreja está enferma. A estrutura está carcomida. O que faremos? Creio que é hora de uma retomada, um retorno, ou, para usarmos um termo teológico, uma conversão, através do arrependimento e da fé. Arrependimento do nosso procedimento (pastores, líderes, igreja, sistema) e fé nAquele que um dia nos chamou e tem nos auxiliado, embora O esqueçamos. Acho que assim estaremos livres da enfermidade que nos assola
Leia Mais em: GENIZAH
domingo, 10 de outubro de 2010
Como curar uma lésbica
Irmã Fátima, crente fiel, dado a cultos matutinos e jujuns uma vez por semana. Bíblias tinha umas doze, marcadas com lápis, canetas, marca texto, lápis de cor e papeizinhos aos montes, um orgulho que deixava na estante para espanto dos novos e velhos crentes que admiravam a fé da senhorinha de grandes rugas e fala mansa.
Já tinha vista uns quinze pastores passarem pela igreja, de uns se lembrava com saudades e de outros tantos nem mencionva os nomes para não contaminar a boca.
Lugar cativo na igreja: terceiro banco da fila da direita de quem entra, do lado do corredor, ótimo lugar para ver e ouvir, sem ser incomodada pelo barulho da bateria.
Era uma santa sem tirar nem pôr...
Ninguem de sua grande familia a acompanhava, nem na fé e nem na igreja "são do mundo", dizia sempre.
Mas o pior estava por vir. Sua neta, aquela que tinha perdido a mãe logo cedo, resolveu dizer que era "sapatão"... Nossa como essa palavra lhe ofendia os santos ouvidos, aceitaria tudo, um filho aleijado, outro preso, uma neta prostituta ou drogada, mas isso? uma neta sapatão?? nunca!
Resolveu culpar alguém, para que a culpa não lhe caísse como sangue nas mãos. Pegou um ex-genro para bode expiatório. Seria dela a culpa, seria dele, porque tem amigas lésbicas, que influenciou sua doce netinha para o caminho do pecado mortal...
Mas mesmo assim não conseguia ficar em paz. Trancou a menina por dias no quarto, orava em voz alta e o jejum passou a tres vezes por semana até ao meio dia das terças, quintas e sábados. Pediu oração na igreja, queria uma semana de cultos matutinos, que o pastor (aquele herege) não aceitou, e mandou a menina para uma psicóloga...
Mas nada adiantou, a menina não ficou curada...
Dizia que gostava de mulher, que queria namorar com Alessandra...
Era osso duro de roer...
Não viu outra alternativa, senão radicalizar...
Em conversa com a mulher da padaria ouviu a seguinte frase:
"Ela é assim, dona Fátima, porque a senhora prendeu ela muito, nunca ficou com um homem, pois no dia que experimentar um homem deixa essa conversa de lado..."
Mas onde encontraria um homem para resolver seu problema...
Orou muito, e tome jejum, e tome culto...
Até que um dia "deus" lhe envou um anjo, um rapaz de bem, que era filho do diácono mas respeitado da igreja, por nome Miguel...
Chamou ele para um almoço, apresentou a neta, que cada vez mais magra, resolveu fazer de conta que não entendia os planos da avó, se deixou levar...
Miguel foi se tornando íntimo, e cada vez mais a vontade, às vezes a velha deixavam os dois à sós por longos períodos. Parecia que tudo ia como ela havia planejado...
Augusta (a neta) foi tomando gosto pelo rapaz, começou a lhe confidenciar algumas coisas e deixou claro o plano da avó para curar de sua "sapatonice".
Miguel se mostrou surpreso e lhe confessou que não conseguia sentir atração por mulheres, frequentava aquela casa por causa do irmão dela (o Carlos, que curtia música funk e tinha o cabelo cortado como se fora um emo). Despois das devidas confidências fizeram um acordo: começaram a namorar de "faxada".
Hoje Miguel e Carlos são um lindo casal (às escondidas)
Augusta não conseguiu ficar com Alessandra mas está começando a investir em Ananda, que mora ao lado e é filha do pastor dos jovens.
Irmã Fátima já fez dois cultos de ação de graça pela cura da neta, que agora namora o abençoado Miguel.
E assim segue a humanidade.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Blogueira, esposa de pastor, solta a franga e sai do armário!
Em anos recentes a situação tem ficado quase insuportável.
Não dá mais para ficar escondendo algo que faz parte de mim.
Pode soar politicamente incorreto e suscitar os preconceitos de alguém, mas eu preciso confessar isso publicamente.
Espero que minha família e meus amigos me entendam e me apoiem...
Então assumo:
- Eu NÃO sou gay! Eu sou heterossexual. Sou heterossexual, cristã e casada. Gosto de homem, sempre gostei. Pronto, falei!
Nunca pensei em mulheres. Nunca achei desejável o corpo feminino.
Cresci numa família comum... Minha infância foi brincando de bonecas e casinha... E eu sempre era a esposa, a mãe...
Na adolescência, no despertar da minha sexualidade, eu fantasiava, sonhava com romances incríveis e impossíveis...Com homens! Professores, primos, amigos...
Sempre hetero...
Meu mundo é e sempre foi hetero!
Sei que posso enfrentar críticas e preconceitos numa sociedade completamente patrulhada pelo homossexualismo. Mas decidi sair do armário, e não volto atrás.
Depois que "entraram" no armário Ray Boltz, Tonéx e Jennifer Knapp, declarando sua homossexualidade, corro o risco de parecer uma puritana dentro da própria igreja, mas espero que meus irmãos crentes liberais me entendam e continuem me amando.
Amo a Jesus e pretendo servi-lo assim, com a minha "opção" sexual.
Se você chegou até aqui, no final deste post, te agradeço e peço que me entenda. Saiba que assim como eu, muitos outros heteros estão por aí, pressionados, vivendo um grande dilema, sofrendo o medo do preconceito e do rótulo.
E você meu amigo hetero e reprimido:
- Se joga! Ahaza!
- Temos esse direito!
Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2010/08/blogueira-esposa-de-pastor-solta-franga.html#Blog1#ixzz11VbxYGKk
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